quarta-feira, 28 de maio de 2008


Os Lusíadas


O BI da obra de Camões:

- Data de publicação: 1572 (Renascimento)
- Período de elaboração: de 1545 a 1570
- A obra encontra-se estruturada em 4 partes: Proposição, Invocação, Dedicatória e Narração
- Fontes literárias: Odisseia de Homero, Eneida de Virgílio (…)
- Fontes históricas: crónicas de Fernão Lopes, de Rui Pina, de João de Barros, etc.
- Género narrativo: Epopeia
- Protagonista: herói colectivo (o povo português)

Contexto histórico-cultural

Situação económico-social:
- momento pós-descobrimentos
- esbanjamento das riquezas obtidas
- crises económicas
- surgimento da Inquisição
- ameaça do monopólio marítimo
- corrupção dos costumes


O estudo da obra:


Estrutura externa:
- 10 cantos (1102 estrofes);
- Totalmente escrito em oitavas;
- Versos decassilábicos;
- Rima: abababcc

Estrutura interna:

1. Partes constituintes (4 partes)

Proposição (Canto I, estrofes 1-3)
Parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar – os feitos dos portugueses

“Que eu cante o peito ilustre Lusitano.” à Plano do Poeta
“Por mares nunca dantes navegados.” à Plano da Viagem
“Daqueles Reis que foram dilatando.” à Plano da História de Portugal
“A quem Neptuno e Marte obedeceram.” à Plano da Mitologia

Invocação (Canto I, estrofes 4-5; CIII, estrofes 4-5; C. VII, estrofes 78-82; C. X, estrofe 8)
Pede inspiração às Ninfas

Dedicatória (Canto I, estrofes 6-18)
De acordo com os modelos estruturais das epopeias clássicas, a dedicatória não era um elemento obrigatório. Todavia, Camões opta por dedicar este canto ao jovem D. Sebastião, que reinava na época, tecendo-lhe um grande elogio e considerando-o a esperança da continuação do império português.



Narração (C I, estrofe 19 até ao fim do poema)
Desenvolvimento do assunto da obra, relato da descoberta do caminho marítimo para a Índia pelos navegadores portugueses liderados por Vasco da Gama, História de Portugal, Intervenção dos Deuses.

2. Planos narrativos (4)

Plano do Poeta – Reflexões, críticas, lamentações (normal/ no fim dos cantos)

Plano da História de Portugal – Plano encaixado
Narração Narração histórica
Plano da Viagem – Plano fulcral

Plano da Mitologia – Plano paralelo Narração Mitológica


- Acção fulcral: Acção nuclear da epopeia – a Viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia

- Acção mitológica: Centra-se no conflito entre Vénus e Baco

- História de Portugal: É narrada a História de Portugal desde Viriato a D. Manuel I. Com excepção dos episódios líricos da Formosíssima Maria e de Inês de Castro (C. III), e dos preparativos para a viagem, que incluem a despedida de Belém e o episódio do velho do Restelo (C. IV), predominam nesta longa narrativa os feitos guerreiros.

Inicio da Narração

A narração fulcral está numa fase adiantada, os navegadores encontram-se no Oceano Índico, próximo da costa moçambicana. A acção inicia-se ‘in media res’, por isso, as peripécias da viagem de Portugal à Costa Oriental de África serão relatadas em analepse, por Vasco da Gama ao Rei de Melinde (C. V).


As Personagens:

- Plano da Viagem – Vasco da Gama (herói épico)
- Plano mitológico – Vénus (protectora dos navegadores portugueses) / Baco (opositor à viagem dos portugueses)
-Reflexões do poeta (Vertente “pedagógica” da obra)
C. I, estrofes 105/106 ‘O Homem é o causador de todas as guerras
C. V, estrofes 92-100 Fala do sentido da verdade, da glória, das artes e das letras às quais não se tem atribuído grande importância em Portugal

Filipe Taveira

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