sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Como caracterizar cada heterónimo?

Alberto Caeiro
(poeta da natureza)



Ricardo reis
(ama o impossivel)



Álvaro de Campos
(ser múltiplo/fragmentado)
Lorina Miranda

Biografia de Caeiro


Nasceu em Abril de 1889, em Lisboa, e faleceu na mesma cidade vítima de tuberculose, em 1915. Passou quase toda sua vida numa quinta no Ribatejo. Lá escreveu O Guardador de Rebanhos e uma parte de O Pastor Amoroso, que não foi completado. Escreveu ainda alguns poemas de Poemas Inconjuntos, vindo este a se completar já em Lisboa já no final da vida.
Caeiro é o poeta da natureza que concorda com ela e vê nela a sua constante renovação, assim, parte do zero, quando regressa a um primitivismo do conhecimento da natureza. Recusa o pensamento metafísico valorizando as sensações. Considera que pensar e estar “doente dos olhos” por isso, pensa vendo e ouvindo. Assim, é o único que combate o vício de pensar e consegue eliminar a dor de pensar sendo portanto o “mestre” de Pessoa e dos heterónimos.
Caeiro faz uma poesia da natureza, uma poesia dos sentidos, das sensações puras e simples mas, mesmo assim, enquanto tenta provar que não intelectualiza nada, é o que mais intelectualiza entre as personalidades pessoanas, parece usar o raciocínio sem querer demonstrar isso. Daí ser o mais infeliz, por restringir o mundo, além de fugir do progresso e a ele renunciar.



O LUAR ATRAVÉS DOS ALTOS RAMOS
O luar através dos altos ramos,
Dizem os poetas todos que ele é mais
Que o luar através dos altos ramos.

Mas para mim, que não sei o que penso,
O que o luar através dos altos ramos
É, além de ser
O luar através dos altos ramos,
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos.
(Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, 1911-12)


Lorina Miranda

Biografia Cesário Verde



José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1855Lumiar, 19 de Julho de 1886) foi um poeta português. Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, frequentando por apenas alguns meses o curso de Letras. Ali conheceu Silva Pinto, grande amigo pelo resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as actividades de comerciante, herdadas do pai. Em 1877 lhe começou a dar sinais a tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes servem de inspiração a um de seus principais poemas, Nós (1884). Tenta curar-se da tuberculose, sem sucesso; vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde (disponível ao público em 1901), compilação de sua poesia. De poesia delicada, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando da forma mais natural possível.




A dicotomia cidade/campo
O contacto com o campo na sua infância determina a visão que dele nos dá e a sua preferência. Ao contrário de outros poetas anteriores, o campo não tem um aspecto idílico, paradisíaco,
bucólico, susceptível de devaneio poético, mas sim um espaço real, concreto, autêntico, que lhe confere liberdade. O campo é um espaço de vitalidade, alegria, beleza, vida saudável... Na cidade, o ambiente físico, cheio de contrastes, apresenta ruas esburacadas, casas apalaçadas/quintalórios velhos, edifícios cinzentos e sujos... O ambiente humano é caracterizado pelos calceteiros, cuja coluna nunca se endireita, pelos padeiros cobertos de farinha, pelas vendedeiras enfezadas, pelas engomadeiras tísicas, pelas burguesias... É neste sentido que podemos reconhecer a capacidade de Cesário Verde em trazer para a poesia o real quotidiano do homem citadino. A preferência do poeta pelo campo está expressa nos poemas “De Verão” e “Nós” (o mais longo), onde desaparecem a aspereza e a doença ligadas à vida citadina e surge o elogio ao ambiente campesino. A arte de Cesário Verde é, pois, reveladora de uma preocupação social e intervém criticamente. O campo oferece ao poeta uma lição de vida, por exemplo, os camponeses são retratados no seu trabalho diário, que ele transmite com objectividade e realismo. Trata-se de uma visão concreta do campo e não da abstracção da natureza. A força inspiradora de Cesário é a terra-mãe, sendo nela que Cesário encontra os seus temas.



Poema: Eu e ela

Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura.

Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados.
Na sombra dos arbustos, que abraçados,
Beijarão meigamente a tua trança.

Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más ideias,
Esquecendo para sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos.

Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão para além das lousas,
Onde havemos de entrar antes de velhos.

Outras vezes buscando distracção,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiros,
Formando unicamente um coração.

Beatos ou pagãos, vida à paxá,
Nós leremos, aceita este meu voto,
O Flos-Sanctorum místico e devoto
E o laxo Cavalheiro de Flaublas...


Lorina Miranda

Texto autobiográfico de Fernando Pessoa


Nasci a 13 de Junho de 1888, em Lisboa. Sou filho de Maria Magdalena Pinheiro e Joaquim de Seabra Pessoa. A 24 de Julho de 1893, um dos piores momentos da minha vida, o meu pai morre vítima de tuberculose e a partir de aí a minha infância feliz deixa de ter significado.

Em Dezembro de 1895, a minha mãe casa por procuração com o comandante João Miguel Rosa, cônsul português em Durban. Assim, a 7 de Janeiro de 1896 parto para Durban. Fiz a instrução primária e a primeira comunhão na escola de freiras irlandesas da West Street em 1897. Seguidamente, em Abril de 1899, ingresso na Durban High School onde permaneço três anos, aí crio o meu primeiro heterónimo, Alexander Search.

Regresso a Portugal, em Agosto de 1901, com a minha família. Em Maio de 1902 vou á ilha da Terceira, nos Açores, onde escrevo a poesia Quando ela passa. Um mês depois, o meu padrasto, a minha mãe e os meus irmãos resolvem partir para Durban, e eu permaneço sozinho em Lisboa. Após três meses, regresso a África do Sul onde sou matriculado na Commercial School e tento escrever romances em inglês. Em 1904, ingresso novamente na Durban High School onde frequento o equivalente ao primeiro ano universitário. Escrevo poesia e prosa em inglês, e, assim, surgem os heterónimos Charles Robert Anon e H.M.F. Lecher.

Em Agosto de 1905, regresso á minha terra natal e começo a estudar na Faculdade de letras da Universidade de Lisboa. Em Dezembro de 1910, é fundada a revista Águia que estabelecia uma ponte entre a Europa e Portugal, criando os seus artigos uma grande polémica.

Em 1914 de Março, foi um dia de grande inspiração para mim, isto é, no êxtase da poesia surge Alberto Caeiro com O Guardador de Rebanhos. Seguidamente, em Julho aparece a primeira poesia assinada por Ricardo Reis. No Outono, começam as reuniões do grupo do qual a revista Orpheu. Assim, em Março de 1915, sai o primeiro número de Orpheu com importantes colaborações minhas.

Em Abril de 1916, o meu grande amigo Mario-Sá-Carneiro suicida-se em Paris. Dois anos mais tarde, em Abril morre Santa-Rita Pintor, um dos grandes percursores do Modernismo. Em Outubro, morre também Amadeu de Sousa Cardoso, vitimado pela gripe espanhola.

Em Março de 1920, bons tempos se aproximam, começo o namoro com a minha querida Ophélia Queiroz e vou viver com a minha mãe e os meus irmãos que regressam a Lisboa. Em Novembro interrompo a minha relação com Ophélia. A 17 de Março de 1925, foi um dia trágico porque morre a minha querida mãe.

Em Outubro de 1929, recomeço o namoro com Ophélia, mas a Março de 1931 terminamos definitivamente a nossa relação sentimental. Publico a Mensagem em 1934.




Lorina Miranda


Filipe Taveira

Cláudia

Isto

"DIZEM que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!"



por: Cláudia Botelho






“Eu simplesmente sinto com a imaginação/ Não uso o coração”


Planificação

Introdução: - verso de Isto
- Justificação da teoria do fingimento

Desenvolvimento: - Dicotomias em Pessoa ortónimo (ex: Autopsicografia)
- Fingir é conhecer-se 8sinceridade artística)

Conclusão: Viver no inteligível causou sofrimento, mas trouxe uma grande obra.

Textualização

O juízo apresentado faz parte da composição poética Isto, sendo que estes três versos apresentam a base da poesia pessoana, por outras palavras, apresentam a teoria do fingimento. Esta teoria é um processo de intelectualização e compreensão de emoções de forma a criar o texto.
A poesia de pessoa ortónimo é povoada por dicotomias, por exemplo, a dicotomia pensar/sentir ou sinceridade/fingimento, dicotomias mais relacionadas com este juízo. Ambas as dicotomias revelam a maneira de agir de Pessoa perante a vida, pois o poeta vive arredado das emoções porque o pensamento domina o seu ser. Por esse motivo, Pessoa usa os mecanismos que desenvolveu ao longo da vida para fingir, para se conhecer e unir. Como se pode ver em Autopsicografia, nas suas duas primeiras estrofes, o poeta mostra uma imagem de fingidor e ser não emotivo, rematando na terceira estrofe, que finge porque sente através da razão e não através do coração.
Quando Fernando Pessoa reflectiu sobre o que o levava a separar o “sentir” do “pensar” concluiu que não é mentiroso. De facto, é sincero artisticamente falando, pois só assim, é que consegue sentir algo e, efectivamente, conhecer-se.
Em suma, o facto de Pessoa recusar o mundo sensível, para sentir através do inteligível, levou-o a criar uma das maiores obras poéticas portuguesas, o que também o conduziu por momentos de amargura, pois não conseguiu regressar ao mundo do “coração”, causando a sua depressão e posterior desaparecimento.


Elaborado por: Filipe Cabral Taveira


Realismo

Modernismo



quarta-feira, 5 de dezembro de 2007


Alberto Caeiro (esquerda) e Fernando Pessoa (direita)
A par de Cesário Verde, estes são os génios da escrita que estudamos este período.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Inventado por Cláudia Botelho, baseado na maneira de viver de Caeiro

Através da tranquilidade

Posso-me conhecer

Tenho paz na alma

E muito para ver

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Criação de versos usando o método de Caeiro: NÃO PENSAR

Sou pastor da inocência

Impregnado de natureza

Do que vejo e sinto

Renovo-me,

Renovo-me e sou feliz.


Filipe Taveira

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Criação de versos que evidenciam a filosofia de vida de Alberto Caeiro

Da janela espreito a natureza
Observo-a com ingenuidade
E sinto-me calmo e realizado,
Com apenas um olhar muito desejado.


Lorina Miranda

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Tarefa: Elaboração de um editorial, na perspectiva de Cesário Verde.

Planificação
:

Título: Povo: a eterna miséria!
Introdução: Crítica social que se vai desenvolver; Contraste entre pobres e ricos.
Desenvolvimento: explicitação dos problemas: Distinguir o povo dos ricos (burgueses); a luta pela sobrevivência; a escravatura dissimulada; condições de vida precárias.
Conclusão: Mesmo lutando muito as classes baixas não conseguem subir na vida.


Textualização:


Povo: a eterna miséria!


Nestes dias observo a impotente mas alegre luta desse povo português que trabalha em favor de maus pagadores, exploradores, pois ninguém dá valor a essas pessoas porque não têm dinheiro que compre influências e amizades nesta sociedade.
A vida burguesa, vida desafogada e de poucas preocupações, é claramente o oposto do motor deste país. Esse motor trabalha de sol – a – sol para depois ser recompensado com algumas gotas de pobre alimento, no entanto nunca pára e faz andar, embora devagar, este nosso Portugal. Isto é, as classes populares vivem literalmente uma escravatura polvilhada de pó – de – arroz pois proporcionalidade e solidariedade não são disciplinas das grandes escolas burguesas.
Com efeito, não se pode julgar as pessoas pelo seu exterior e posses, mas sim pelo seu interior, porque só a essência interior é que definem as boas pessoas e os ricos com a sua arrogância e prepotência não são boas pessoas no seu interior.
Todavia, é preciso realçar a bravura destes portugueses que, arrisco-me a dizer, carregam cruzes tão pesadas como a que Cristo carregou, vivem com alegria e com uma grande força de viver, não obstante viverem sem higiene de qualquer tipo e em habitações indignas de qualquer ser humano.
Contudo, concluo com a convicção de que, apesar de toda esta crítica apresentada, nada mudará, pois o poderoso juiz Economia deles não terá pena, fazendo passar este povo por uma negra estrada toda a sua vida.


Editorial da revista Portugal vol. III de 26/01/1877


Cesário Verde


Elaborado por: Filipe Taveira, 12ºB, Nº 10 (grupo 1- Blog)

Importância das expressões artísticas no seio da Humanidade

“ Importância das expressões artísticas no seio da Humanidade”

Planificação

Introdução:
· Homem: ser sentimental e de expressões;
· Papel das expressões artísticas na Humanidade

Desenvolvimento:
· A arte é um espelho da cultura e história de um povo (pirâmides de Gizé no Egipto são testemunho de fé, culto…)
· Arte = expressão de sentimentos
Expressão artística = revelação do nosso mundo interior
Ex: Fernando Pessoa; Fado.

Conclusão:
· Reforço da posição favorável;
· Obras de arte servem para expressar os sentimentos e são muito importantes para a humanidade

Textualização

As expressões artísticas têm um papel muito importante na história da humanidade. Na verdade, é através delas que o ser humano expressa os seus sentimentos e a sua criatividade. Desde o tempo de homem das cavernas que a espécie humana é marcada pela expressão de sentimentos e emoções pois as expressões artísticas são a pedra angular da cultura humana.
De todas as civilizações já existentes e de que há registo, todas deixaram a sua marca na história da humanidade através da sua arte, espelhando, através dela, a sua cultura e a sua história. Por exemplo, as pirâmides de Gizé, no Egipto, foram construídas como tumbas reais. Para este povo, as pirâmides representavam os raios de luz. Este povo acreditava que, ao sepultar o rei numa pirâmide, este se elevaria e se juntaria ao sol para ocupar o seu lugar junto dos Deuses. Através desta arte que os egípcios nos deixaram, podemos saber quase tudo do seu povo.
De facto, estas pirâmides construídas há muito tempo e resistentes até agora, provam que este povo possuía grandes qualidades arquitectónicas, evidenciando a cultura do seu povo.
Para além de construções, a arte também pode ser definida como expressão de sentimentos, pois a inspiração vem de dentro e depende do estado de espírito do artista. Por exemplo, Fernando Pessoa expõe os seus sentimentos na sua poesia, revelando o mundo interior na sua poesia de forma intelectualizada. Ainda podemos olhar para o Fado que, através da letra da música e das expressões do fadista, mostra sentimentos do povo lusitano ou mesmo sentimentos pessoais do fadista.
Em suma, a arte é parte indissociável e indispensável da humanidade, ou seja, as obras de arte são importantes para a humanidade expressar o que sente e transmitir esse sentimento e a sua cultura e às gerações futuras.

Cláudia Botelho

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Síntese do poema de Cesário Verde- "Num Bairro Moderno"


O sujeito poético evidencia as diferenças sociais da época, elaborando, uma crítica social no texto. Assim, servindo-se da dicotomia riqueza burguesa e pobreza do povo, o eu poético, apresenta-nos o contraste entre uma vendedeira pobre e um bairro burguês. Deste modo, o sujeito poético ganha uma afectividade pelo povo mostrando as duras condições de trabalho, a pobreza e a humilhação destes, em relação, ao egoísmo e frieza dos mais abastados . No entanto, é de notar que Cesário Verde destaca também as alegrias do povo em torno de contornos paradoxais.


Lorina Miranda










segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Heterónimos em Fernando Pessoa

"Fingir é conhecer-se"

Lorina Miranda

quinta-feira, 15 de novembro de 2007




Apresenta-mos o primeiro génio literário português, sobre o qual iremos trabalhar:

CESÁRIO VERDE

O que iremos tratar neste blog

Durante o ano lectivo 2007/2008 iremos tratar diversos autores famosos da literatura portuguesa, tal como manda o programa, e é sobre eles, o seu trabalho e as características do seu trabalho que iremos falar.
Começaremos com um breve recuo ao 11º ano para relembrar Cesário Verde, seguindo depois, pela obra de Fernando pessoa e seus filhos mentais, finalizando com José Saramago, o nosso Nobel, e Stau Monteiro.
Durante este primeiro período, o nosso trabalho irá incidir sobre: Cesário Verde e, de forma mais profunda, sobre Pessoa ortónimo e heterónimo.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Olá a todos os que visitem este blog. Confesso que não sou um expert nestas coisas, mas durante este ano vai ter de ser.
O grupo 1, Cláudia, Filipe e Lorina, vão tentar fazer o máximo para tornar este blog interessante, pois, é parte importante da nossa nota.
Até à próxima mensagem.

O grupo 1.

P.S.: Não stressem muito com o Pessoa