sexta-feira, 7 de dezembro de 2007




“Eu simplesmente sinto com a imaginação/ Não uso o coração”


Planificação

Introdução: - verso de Isto
- Justificação da teoria do fingimento

Desenvolvimento: - Dicotomias em Pessoa ortónimo (ex: Autopsicografia)
- Fingir é conhecer-se 8sinceridade artística)

Conclusão: Viver no inteligível causou sofrimento, mas trouxe uma grande obra.

Textualização

O juízo apresentado faz parte da composição poética Isto, sendo que estes três versos apresentam a base da poesia pessoana, por outras palavras, apresentam a teoria do fingimento. Esta teoria é um processo de intelectualização e compreensão de emoções de forma a criar o texto.
A poesia de pessoa ortónimo é povoada por dicotomias, por exemplo, a dicotomia pensar/sentir ou sinceridade/fingimento, dicotomias mais relacionadas com este juízo. Ambas as dicotomias revelam a maneira de agir de Pessoa perante a vida, pois o poeta vive arredado das emoções porque o pensamento domina o seu ser. Por esse motivo, Pessoa usa os mecanismos que desenvolveu ao longo da vida para fingir, para se conhecer e unir. Como se pode ver em Autopsicografia, nas suas duas primeiras estrofes, o poeta mostra uma imagem de fingidor e ser não emotivo, rematando na terceira estrofe, que finge porque sente através da razão e não através do coração.
Quando Fernando Pessoa reflectiu sobre o que o levava a separar o “sentir” do “pensar” concluiu que não é mentiroso. De facto, é sincero artisticamente falando, pois só assim, é que consegue sentir algo e, efectivamente, conhecer-se.
Em suma, o facto de Pessoa recusar o mundo sensível, para sentir através do inteligível, levou-o a criar uma das maiores obras poéticas portuguesas, o que também o conduziu por momentos de amargura, pois não conseguiu regressar ao mundo do “coração”, causando a sua depressão e posterior desaparecimento.


Elaborado por: Filipe Cabral Taveira

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