sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Biografia de Caeiro


Nasceu em Abril de 1889, em Lisboa, e faleceu na mesma cidade vítima de tuberculose, em 1915. Passou quase toda sua vida numa quinta no Ribatejo. Lá escreveu O Guardador de Rebanhos e uma parte de O Pastor Amoroso, que não foi completado. Escreveu ainda alguns poemas de Poemas Inconjuntos, vindo este a se completar já em Lisboa já no final da vida.
Caeiro é o poeta da natureza que concorda com ela e vê nela a sua constante renovação, assim, parte do zero, quando regressa a um primitivismo do conhecimento da natureza. Recusa o pensamento metafísico valorizando as sensações. Considera que pensar e estar “doente dos olhos” por isso, pensa vendo e ouvindo. Assim, é o único que combate o vício de pensar e consegue eliminar a dor de pensar sendo portanto o “mestre” de Pessoa e dos heterónimos.
Caeiro faz uma poesia da natureza, uma poesia dos sentidos, das sensações puras e simples mas, mesmo assim, enquanto tenta provar que não intelectualiza nada, é o que mais intelectualiza entre as personalidades pessoanas, parece usar o raciocínio sem querer demonstrar isso. Daí ser o mais infeliz, por restringir o mundo, além de fugir do progresso e a ele renunciar.



O LUAR ATRAVÉS DOS ALTOS RAMOS
O luar através dos altos ramos,
Dizem os poetas todos que ele é mais
Que o luar através dos altos ramos.

Mas para mim, que não sei o que penso,
O que o luar através dos altos ramos
É, além de ser
O luar através dos altos ramos,
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos.
(Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, 1911-12)


Lorina Miranda

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