segunda-feira, 3 de março de 2008

Como entender Ricardo Reis?

RICARDO REIS – O POETA DA RAZÃO


Ricardo Reis não desejou mais que viver segundo o ensinamento de todas as culturas, sinteticamente recolhidas numa sabedoria que vem de longe e que nem por isso deixou de ser pessoal. Viver conforme a natureza, liberto de paixões, indiferente às circunstâncias e aceitando voluntariamente um destino involuntário era uma parte da sua filosofia. A filosofia de Reis rege-se pelo ideal “Carpe Diem” – a sabedoria consiste em saber-se aproveitar o presente, porque se sabe que a vida é breve. Há que nos contentarmos com o que o destino nos trouxe. Há que viver com moderação, sem nos apegarmos às coisas, e por isso as paixões devem ser comedidas, para que a hora da morte não seja demasiado dolorosa.


FISICAMENTE

A partir da carta a Adolfo Casais Monteiro

Nasceu no Porto (1887);
Foi educado num colégio de Jesuítas;
Médico;
Viveu no Brasil, expatriou-se voluntariamente por ser monárquico; “É latinista por educação alheia e semi-helenista por educação própria”;
Interesse por cultura clássica, Romana (latina) e Grega (helénica);

CARACTERISTICAS LITERÁRIAS

1) EPICURISMO

- Busca de uma felicidade relativa, sem desprazer ou dor, através de um estado de ataraxia (certa tranquilidade ou indiferença capaz de evitar a perturbação);

-Exemplo: Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio:sensação de que não podemos viver aquilo que não foi vivido (não podemos voltar atrás); passagem do tempo ; angústia ; fatalismo, conformismo (tudo é passageiro, nomeadamente o amor, que causa tanta perturbação); desejo de uma passagem serena pela vida; viver o momento sem paixão; rejeição do apego às coisas intensas da vida; filosofia que resulta da disciplina da razão (coloca a razão acima das sensações);


2) PAGANISMO

-Crença nos Deuses;
-Intelectualização das emoções;
- Medo da morte.

3) ESTOICISMO


-Aceitação das leis do destino (aceitação voluntária de um destino involuntário);
- Indiferença face às paixões e à dor;
-Abdicação de lutar;
-Autodisciplina.


Exemplo 1: Só esta liberdade nos concedem : aceitação da nossa precariedade/efemeridade, não podemos comandar o destino; construção da nossa vida apenas para a satisfação do momento; vida como imitação da dos deuses; submissão ao destino e busca da tranquilidade.

Exemplo 2: Prefiro rosas, meu amor, à Pátria : preferência das coisas naturais às artificiais; rejeição de tudo o que não é natural, tudo o que é responsabilidade, tudo o que nos obriga a empenharmo-nos; a vida é para ser observada, não para ser vivida; ataraxia (ausência de perturbação); demissão, indiferença perante a vida.

4) HORACIANISMO
- Carpe Diem: Vive o momento;
-Aurea mediocritas: a felicidade possível no sossego do campo (proximidade de Caeiro).


Bem se souberem isto safam-se em qualquer teste ou exame!

Boa Sorte!
Filipe Taveira




4 comentários:

An disse...

Olá! Pode-me ajudar a fazer a análise do poema 'D.Joao infante de Portugal' de Mensagem de Fernando Pessoa?

Não fui alguém. Minha alma estava estreita
Entre tão grandes almas minhas pares,
Inutilmente eleita,
Virgemmente parada;

Porque é do português, pai de amplos mares,
Querer, poder só isto:
O inteiro mar, ou a orla vã desfeita -
O todo, ou o seu nada.


Obrigada :)

Unknown disse...

deez nuts

Pexers disse...

Ahh gooot iiiiit

Unknown disse...

Mas o que é que Ricardo Reis aprendeu com Alberto Caeiro? E ele aceitou o seu destino que é a morte?