segunda-feira, 3 de março de 2008

Alberto Caeiro e Álvaro de Campos

Alberto Caeiro e Álvaro de Campos são dois heterónimos pessoanos, sendo também dos mais famosos.
Caeiro, poeta da natureza e mestre de todos os outros, viveu segundo uma filosofia que recusava o pensar, pois para Caeiro “Pensar é estar doente dos olhos”. Desta forma, exaltava apenas o acto de ver, isto é, as sensações recebidas da natureza. Os seus ensinamentos são facilmente identificáveis, por exemplo, na composição O Guardador de Rebanhos.
Já Campos apresenta três fases na sua obra: a decadentista, marcada pelo tédio e pelo recurso a droga (ópio) para escapar à monotonia da sua vida; a futurista e sensacionista, preenchida com a exaltação do progresso tecnológico, patente nas suas odes Triunfal e Marítima; e, finalmente, a fase intimista marcada pela frustração de não conseguir, tal como Pessoa, a plenitude pessoal.
Concluindo, Caeiro ficou como o poeta do sensacionismo ingénuo, enquanto Campos viveu atribuladamente, pois tentou sentir tudo de todas as maneiras, nunca o conseguindo.
Filipe Taveira

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