Caeiro apresenta-se como “O Guardador de Rebanhos”, sendo esta uma metáfora que pretende evidenciar a doutrina de vida baseada na objectividade e na natureza. Deste modo, Caeiro privilegia os sentidos visuais e auditivos, como podemos observar nos versos “O meu olhar é nítido como um girassol/ Eu não tenho filosofia: tenho sentidos”. Assim, na sua poesia predominam os verbos ver e olhar, “Olhando para a direita e para a esquerda”.
Recorre a uma poesia quase prosaica, objectiva e concreta baseada na observação, de forma natural e inocente, da natureza. Por isso, apresenta-se como: “O Guardador de Rebanhos”.
Por outro lado, Caeiro recusa a metafísica, mas, para chegar a este facto, teve de pensar. O eu poético tem noção de que pensar incomoda, levando-o assim à dor de pensar. Pois, “Pensar incomoda como andar à chuva”. A sua poesia exige uma necessidade de raciocínio lógico, como podemos comprovar através do uso de conjunções coordenativas (mas) e subordinativas (porque).
Em suma, Caeiro aparentemente tem uma doutrina que não exige pensar, mas, para chegar a esta teve de raciocinar, sendo esta uma marca evidente de Pessoa.
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Lorina Miranda
1 comentário:
vou ter teste amanha e isto ajuda-me bastante... está excelente...
muito bem resumida aqui um pouco de pessoa e "Alberto Caeiro"
Parabens
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