terça-feira, 27 de novembro de 2007

Tarefa: Elaboração de um editorial, na perspectiva de Cesário Verde.

Planificação
:

Título: Povo: a eterna miséria!
Introdução: Crítica social que se vai desenvolver; Contraste entre pobres e ricos.
Desenvolvimento: explicitação dos problemas: Distinguir o povo dos ricos (burgueses); a luta pela sobrevivência; a escravatura dissimulada; condições de vida precárias.
Conclusão: Mesmo lutando muito as classes baixas não conseguem subir na vida.


Textualização:


Povo: a eterna miséria!


Nestes dias observo a impotente mas alegre luta desse povo português que trabalha em favor de maus pagadores, exploradores, pois ninguém dá valor a essas pessoas porque não têm dinheiro que compre influências e amizades nesta sociedade.
A vida burguesa, vida desafogada e de poucas preocupações, é claramente o oposto do motor deste país. Esse motor trabalha de sol – a – sol para depois ser recompensado com algumas gotas de pobre alimento, no entanto nunca pára e faz andar, embora devagar, este nosso Portugal. Isto é, as classes populares vivem literalmente uma escravatura polvilhada de pó – de – arroz pois proporcionalidade e solidariedade não são disciplinas das grandes escolas burguesas.
Com efeito, não se pode julgar as pessoas pelo seu exterior e posses, mas sim pelo seu interior, porque só a essência interior é que definem as boas pessoas e os ricos com a sua arrogância e prepotência não são boas pessoas no seu interior.
Todavia, é preciso realçar a bravura destes portugueses que, arrisco-me a dizer, carregam cruzes tão pesadas como a que Cristo carregou, vivem com alegria e com uma grande força de viver, não obstante viverem sem higiene de qualquer tipo e em habitações indignas de qualquer ser humano.
Contudo, concluo com a convicção de que, apesar de toda esta crítica apresentada, nada mudará, pois o poderoso juiz Economia deles não terá pena, fazendo passar este povo por uma negra estrada toda a sua vida.


Editorial da revista Portugal vol. III de 26/01/1877


Cesário Verde


Elaborado por: Filipe Taveira, 12ºB, Nº 10 (grupo 1- Blog)

Sem comentários: